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Foto do escritorJorge Guerra Pires

Einstein vs. Russell: dois gigantes, e somente um ateu






Albert Einstein não foi influenciado por Bertrand Russell ou outros ateus famosos, e isso pode ser explicado por diversos fatores relacionados à sua formação, personalidade e prioridades intelectuais. Aqui estão algumas razões que ajudam a entender por que Einstein seguiu um caminho independente em relação a essas ideias:

1. Contextos Filosóficos Diferentes

Russell:Russell, como filósofo, abordava a religião de maneira crítica e lógica, buscando desconstruir suas bases metafísicas e práticas. Ele via a religião como um obstáculo ao progresso humano e intelectual.

Einstein:Einstein não se interessava pela crítica sistemática das religiões no mesmo grau que Russell. Sua abordagem filosófica era influenciada por Spinoza, cujo Deus não era pessoal, mas uma expressão das leis naturais. Para Einstein, o foco estava na admiração pela ordem do universo, não no combate às religiões organizadas.

2. Formações Intelectuais Distintas

Russell era um lógico e filósofo que dedicou grande parte de sua vida a explorar questões metafísicas e éticas, enquanto Einstein era um físico teórico que se concentrava em entender o funcionamento do cosmos.

  • Influências de Einstein: Spinoza, Schopenhauer e outros pensadores que valorizavam uma religiosidade cósmica.

  • Influências de Russell: A tradição filosófica ocidental crítica, como Hume e Kant.

Essas diferenças os colocaram em trajetórias intelectuais que raramente se cruzavam.

3. Einstein Evitava Conflitos Diretos com a Religião

Einstein viveu em um contexto social e político em que criticar abertamente a religião poderia ser perigoso ou contraproducente.

  • Como judeu alemão em um período de crescente antissemitismo, ele buscava se posicionar de forma que sua visão não fosse mal interpretada ou usada contra ele e sua comunidade.

  • Russell, por outro lado, era britânico, pertencente a uma elite intelectual que podia se dar ao luxo de ser mais franca em relação à religião.

4. Enfoque Diferente no Papel Social da Religião

Einstein reconhecia que, embora rejeitasse o Deus pessoal, a religião desempenhava um papel cultural importante, especialmente na construção de valores éticos. Ele evitava descartar a religião de forma abrangente, como Russell fazia.

  • "A ciência sem religião é coxa, a religião sem ciência é cega." (Einstein)


    Russell, em contraste, considerava a religião dispensável e até prejudicial.

5. Einstein Era um Pensador Autônomo

Einstein não era facilmente influenciável por outros intelectuais, preferindo formar suas opiniões com base em experiências pessoais e reflexões. Ele lia amplamente, mas sua visão de mundo era única e autodeterminada, enraizada em sua busca pelo mistério e pela beleza do universo.

6. Relutância em Aceitar o Rótulo de Ateu

Einstein rejeitava o ateísmo militante porque o via como reativo e dogmático. Ele não via necessidade de negar a ideia de Deus completamente, especialmente porque seu "Deus" era uma metáfora para a ordem do universo. Para ele, o ateísmo estrito era tão limitador quanto o teísmo ortodoxo.

Conclusão

Einstein e Russell compartilhavam uma rejeição ao Deus pessoal das religiões organizadas, mas divergiam profundamente em suas abordagens e prioridades. Einstein preferiu uma posição conciliatória e inspiradora, enquanto Russell foi mais combativo e crítico. A independência intelectual de Einstein e sua visão única da religiosidade cósmica explicam por que ele não foi influenciado diretamente por Russell ou outros ateus famosos.


Einstein não gostava de ateu profissional?


O Que Einstein Disse Sobre o Ateísmo Profissional

Einstein mencionou sua posição em uma entrevista à revista Saturday Evening Post em 1929:

"Você pode me chamar de agnóstico, mas eu não compartilho do espírito combativo do ateísmo profissional. Eles estão lutando contra os remanescentes de pensamento infantil."

Russell Era o Alvo?

É improvável que Einstein estivesse criticando Russell especificamente, pelas seguintes razões:

  1. Einstein e Russell tinham abordagens diferentes, mas não conflitantes:

    • Einstein evitava conflitos diretos com a religião, preferindo expressar sua admiração pelas leis naturais e pelo universo como algo “divino”.

    • Russell era mais explícito e combativo em sua crítica à religião organizada, especialmente no livro Por Que Não Sou Cristão (1927), mas sua abordagem filosófica era mais argumentativa do que militante.

  2. Einstein parecia criticar um estilo mais militante:

    • O "ateísmo profissional" que Einstein criticava provavelmente apontava para movimentos ou indivíduos que combatiam a religião de forma rígida e polarizada, como uma forma de dogmatismo inverso.

    • Russell, embora crítico, era um filósofo e lógico que estruturava sua rejeição à religião de maneira racional, não como um ativista militante.

  3. Einstein era avesso a qualquer tipo de dogmatismo:

    • Ele se opunha a posições rígidas, tanto religiosas quanto ateias, que ignorassem a complexidade e o mistério do universo.

    • Sua crítica ao ateísmo profissional era mais uma rejeição à falta de humildade em relação ao desconhecido do que um ataque a indivíduos como Russell.

Possível Sobreposição de Ideias

Apesar de não ser o alvo direto, Russell poderia ser incluído no espectro de pessoas que Einstein via como excessivamente focadas em criticar a religião. Russell, entretanto, era menos militante e mais filosófico em suas críticas. Ele não via o ateísmo como um dogma, mas como uma consequência lógica da falta de evidências para a existência de Deus.

Diferença Fundamental Entre Einstein e Russell

A divergência principal estava no tom e no foco:

  • Einstein: Se preocupava em preservar uma sensação de admiração pelo cosmos, descrevendo isso como uma forma de religiosidade cósmica.

  • Russell: Rejeitava a religião como fonte de valores ou significado, argumentando que a ética e a admiração pela ciência podem existir sem Deus.

Conclusão

Embora Einstein possa ter visto Russell como parte de um grupo de intelectuais críticos à religião, a crítica ao "ateísmo profissional" não parece ser dirigida especificamente a ele. Einstein provavelmente tinha em mente um tipo de ateísmo mais militante ou polarizado, que ele considerava dogmático e excessivamente reativo. Russell, por sua abordagem filosófica e lógica, dificilmente se encaixaria nessa definição estreita.



 






 








 












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