"se o universo não teve uma intenção e nem o propósito de existir, logo não deveria existir vida com intencionalidade e propósito," falácia, fala isso nos meus livros. Isso implica que a lei das partes vale para o todo.
Fonte: Cientistas Sem Religião.
O argumento que você trouxe, conhecido como paradoxo da intencionalidade, é uma ideia frequentemente discutida em debates sobre filosofia da mente, cosmologia e teologia. Ele levanta questões interessantes sobre a origem da intencionalidade e do propósito humano em um universo que, de acordo com a ciência moderna, não demonstra ter um propósito intrínseco. No entanto, o argumento contém algumas falácias e simplificações que merecem análise cuidadosa.
1. Falácia da composição
A frase "se o universo não teve uma intenção e nem o propósito de existir, logo não deveria existir vida com intencionalidade e propósito" incorre na falácia da composição, que assume que o que é verdadeiro para as partes também deve ser verdadeiro para o todo, ou vice-versa. Por exemplo:
Só porque os tijolos que compõem uma parede são leves, não significa que a parede inteira seja leve.
Analogamente, só porque o universo como um todo pode não ter intenção ou propósito, isso não implica que partes do universo (como seres humanos) não possam desenvolver intencionalidade e propósito.
A intencionalidade humana pode ser explicada por processos emergentes, onde propriedades complexas surgem de interações entre componentes mais simples. Isso ocorre, por exemplo, com a vida e a consciência, que surgem de processos químicos e biológicos sem necessidade de uma "intenção" inicial no nível do universo.
2. Explicação científica da intencionalidade
Do ponto de vista da ciência:
Intencionalidade e propósito são produtos da evolução. Seres vivos, através de processos evolutivos como seleção natural, desenvolveram cérebros capazes de planejar, prever e intencionalmente moldar o ambiente para sobreviver e reproduzir.
Esse "propósito" é funcional, não metafísico. Um exemplo seria o comportamento de buscar alimento ou abrigo, que serve à sobrevivência da espécie.
O acaso inicial (como o Big Bang) pode ter gerado condições propícias para que leis físicas e químicas dessem origem a estruturas complexas, como seres vivos. Isso não implica que o universo "pretendia" que isso acontecesse.
3. Erro no argumento do acaso
Chamar o universo de "mero acaso" (como feito no argumento contra o "neo-ateísmo") simplifica exageradamente a visão científica. A ciência não defende que o universo é puro acaso, mas sim que ele segue leis naturais consistentes que permitem a formação de complexidade. Eventos aparentemente aleatórios ocorrem dentro dessas leis, mas isso não significa que o universo como um todo é desordenado.
4. Questões filosóficas e religiosas
Do ponto de vista teológico, pode-se argumentar que a intencionalidade humana é evidência de uma intenção maior no universo, mas isso é uma posição de fé, não uma conclusão científica.
Filosoficamente, o fato de os humanos criarem significado e propósito não exige que o universo tenha significado intrínseco. Muitos pensadores, como os existencialistas (por exemplo, Sartre), argumentam que somos nós que damos propósito ao universo.
Conclusão
O paradoxo da intencionalidade é interessante, mas ao declarar que um universo sem intenção não poderia gerar seres com intenção, ele comete falácias como a da composição. O propósito e a intencionalidade humana podem ser compreendidos como propriedades emergentes dentro de um sistema que, em si, pode ser indiferente. No seu livro "Seria a Bíblia um livro científico?", a metáfora dos tijolos e da parede ilustra perfeitamente por que esse tipo de argumento precisa ser tratado com cuidado lógico.
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PARADOXO DA INTENCIONALIDADE. A intenção de decisões e propósito que o ser humano tem, não pode ter vindo do mero acaso, o paradoxo deixa isso claro, exemplo se o universo não teve uma intenção e nem o propósito de existir, logo não devieria existir vida com intencionalidade e propósito, temos intenções e propósito desde de ir no mercado (intencionalidade) para poder comprar alguma coisa (propósito), é incompativel um universo com zero intenção, e zero propósito, gerar seres com intenções e propósito, tendo em vista que somos uma pequena parte do proprio universo supostamente vindo de um acaso NEO ATEISTA.
O argumento do "paradoxo da intencionalidade" contém várias falácias lógicas e conceituais. Vou analisá-lo detalhadamente para identificar as falácias presentes:
1. Falácia da composição
Definição: O erro de concluir que algo que é verdadeiro para as partes também é verdadeiro para o todo, ou vice-versa.
Trecho relevante: "Se o universo não teve uma intenção e nem o propósito de existir, logo não deveria existir vida com intencionalidade e propósito."
Explicação: O fato de o universo como um todo não ter propósito ou intenção não significa que as partes que o compõem (como seres humanos) não possam desenvolver intencionalidade ou propósito. A intencionalidade pode ser uma propriedade emergente, derivada da complexidade biológica e psicológica.
2. Falácia do espantalho
Definição: Representar uma posição de forma distorcida ou exagerada para refutá-la mais facilmente.
Trecho relevante: "O universo supostamente vindo de um acaso NEO ATEISTA."
Explicação: O termo "neo-ateísta" é usado de forma pejorativa e simplista para descrever posições científicas ou filosóficas, muitas vezes ignorando os argumentos reais. A ciência moderna não descreve o universo como "mero acaso", mas como resultado de leis naturais (físicas, químicas, biológicas) que permitem a formação de complexidade.
3. Falácia do apelo à incredulidade
Definição: Afirmar que algo não pode ser verdadeiro porque parece difícil ou impossível de compreender.
Trecho relevante: "É incompatível um universo com zero intenção, e zero propósito, gerar seres com intenções e propósito."
Explicação: O argumento assume que a intencionalidade humana é impossível de surgir em um universo sem propósito intrínseco, mas isso ignora explicações científicas sobre como propriedades emergentes, como consciência e intencionalidade, podem surgir de processos naturais.
4. Falácia da petição de princípio (circularidade)
Definição: Usar a conclusão que se deseja provar como premissa do argumento.
Trecho relevante: "A intenção de decisões e propósito que o ser humano tem, não pode ter vindo do mero acaso, o paradoxo deixa isso claro."
Explicação: O argumento assume como verdade (que a intencionalidade não pode vir do acaso) o que deveria estar provando. Não é demonstrado por que intencionalidade requer algo além de processos naturais.
5. Falácia do falso dilema
Definição: Apresentar apenas duas opções como se fossem as únicas possíveis, ignorando outras alternativas.
Trecho relevante: "Se o universo não teve uma intenção e nem o propósito de existir, logo não deveria existir vida com intencionalidade e propósito."
Explicação: O argumento assume que ou o universo tem intenção, ou a intencionalidade é impossível, ignorando explicações alternativas como a emergência da consciência a partir de processos naturais.
6. Falácia da composição causal (post hoc)
Definição: Assumir que uma relação causal é verdadeira apenas porque algo é temporalmente ou estruturalmente relacionado.
Trecho relevante: "Tendo em vista que somos uma pequena parte do próprio universo."
Explicação: O argumento sugere que, porque somos parte do universo, nossas propriedades devem refletir as propriedades do todo (como intencionalidade). Isso ignora que sistemas complexos podem exibir propriedades emergentes que não existem no nível mais fundamental.
7. Falácia do apelo ao senso comum
Definição: Apelar ao que parece intuitivamente óbvio ou "de senso comum" sem oferecer uma base lógica ou evidencial sólida.
Trecho relevante: "É incompatível um universo com zero intenção, e zero propósito, gerar seres com intenções e propósito."
Explicação: A incompatibilidade aqui é apresentada como óbvia, mas não há explicação lógica para descartar as explicações científicas que demonstram que a intencionalidade humana pode surgir sem uma intenção inicial no universo.
Conclusão
O argumento contém uma série de falácias que enfraquecem sua lógica e validade. Entre as principais estão: falácia da composição, espantalho, apelo à incredulidade, petição de princípio, falso dilema, composição causal, e apelo ao senso comum. Para abordar a questão de forma mais rigorosa, seria necessário lidar com as explicações científicas sobre emergência e intencionalidade, em vez de recorrer a pressuposições ou simplificações lógicas.
Caro Jorge obrigado por responder a minha linha filosofica do paradoxo da intencionalidade, ou paradoxo do propósito, li seu artigo no seu BLOG completo, só que na premissa eu encontrei vários erros de interpretação, começando com a imputação da falacia da composição em minha argumentação lógica, primeiro não estou AFIRMANDO que o universo ele é totalmente propósital, ou que ele seja totalmente intencional, visto que pela ciência o nosso universo ele é um CAOS de cosmos e estrelas etc, existe pouca organização no nosso universo, mas a premissa da minha argumentação não foi exatamente essa, tanto que dei exemplos, vou te dá mais um exemplo, existem bactérias em seu corpo correto? não significa que você seja uma bacteria, agora imagine algo 100% puro ele pode si auto-contaminar?, esse algo 100% puro pode ser contaminado? NÃO!, se o universo na sua origem não existiu nenhum propósito e nenhuma intenção, porque ele está contaminado com isso (que somos nós) entende que isso não tem nada a ver com a falacia da composição, até porque eu não acredito que o universo seja o Deus de Espinoza, entendesse que minha linha de argumentação está na pureza e não na composição total do objeto de debate. Outro problema de sua linha de argumentação, no seu artigo pessoal você diz o seguinte ''Explicação científica da intencionalidade Do ponto de vista da ciência: Intencionalidade e propósito são produtos da evolução.'' Mais uma vez não conseguiu interpreta a minha argumentação textual, eu sei que intenções e propósitos são produtos da evolução, e tudo isso são apenas ''psiques'' do nosso cerebro, mas o problema não é isso, minha linha de argumentação está partindo, mais uma vez do ponto de vista da pureza do objetivo debatido (universo), e não o que vem depois, o que vem depois é produto desse mesmo objeto, seja intenções propósitos etc, entendesse que eu estou questionando a pureza do mesmo, (o objetivo não teve intenção de existir, o objeto partiu de um acaso natural, objetivo não teve propósito de nós da vida etc) questionando essa mesma pureza entendesse que NÃO DEVERIA EXISTIR INTENÇÃO E PROPÓSITO em nós seres vivos, partindo de uma cosmovisão ateista de que o universo sempre foi natural sempre ouve uma causa não intenção em sua existência, embora não exista verdades absolutas sobre isso sobre isso. O restante de suas explicações ocorre em frases cientificas como ''processos naturais'' ou por exemplo ''desenvolvimente de consciência '' etc, não irei responder essas outras acusações de fálacias pois literalmente não tem nada a ver com a minha explicação, eu não questiono processos naturais, eu não digo que a consciência é gerada por um ser divino, porém o meu questionamento filosofico está estritamente ligado a pureza do universo (objeto).
O texto em questão contém várias falácias lógicas e problemas argumentativos. Aqui estão as falácias identificadas:
1. Falácia do espantalho
Definição: Representar a posição do oponente de forma distorcida para refutá-la mais facilmente.
Trecho relevante: "No seu artigo pessoal você diz o seguinte: 'Explicação científica da intencionalidade: Do ponto de vista da ciência: Intencionalidade e propósito são produtos da evolução.' Mais uma vez não conseguiu interpretar a minha argumentação textual..."
Explicação: O autor sugere que o oponente distorceu a ideia original. No entanto, ele próprio apresenta a explicação científica como se fosse uma tentativa de refutar algo que não foi abordado em sua linha de raciocínio. Isso cria a impressão de que o oponente "errou", mesmo que possa não ser o caso.
2. Falácia da petição de princípio (circularidade)
Definição: Usar a conclusão que se deseja provar como premissa do argumento.
Trecho relevante: "Se o universo na sua origem não existiu nenhum propósito e nenhuma intenção, porque ele está contaminado com isso (que somos nós)."
Explicação: O argumento assume como premissa que a intencionalidade não poderia surgir em um universo sem propósito, que é justamente o ponto que está em debate. Isso torna a argumentação circular.
3. Falácia do apelo à ignorância
Definição: Argumentar que algo deve ser verdadeiro porque não foi provado o contrário.
Trecho relevante: "Embora não exista verdades absolutas sobre isso..."
Explicação: Aqui, o autor sugere que, devido à falta de respostas absolutas sobre a origem do universo, sua hipótese não pode ser descartada. No entanto, a ausência de certeza absoluta não valida automaticamente sua posição.
4. Falácia da composição
Definição: Supor que, porque uma parte de algo tem uma característica, o todo também deve ter essa característica (ou vice-versa).
Trecho relevante: "Se o universo na sua origem não existiu nenhum propósito e nenhuma intenção, porque ele está contaminado com isso (que somos nós)."
Explicação: Embora o autor negue estar cometendo a falácia da composição, a ideia de que o universo sem intenção "não deveria gerar seres com intenção" implica a aplicação das características do todo (ausência de intenção) às partes (seres humanos).
5. Falácia do apelo ao senso comum
Definição: Basear um argumento em ideias que parecem "óbvias" ou intuitivas, sem evidências concretas.
Trecho relevante: "Se o universo na sua origem não existiu nenhum propósito e nenhuma intenção, porque ele está contaminado com isso (que somos nós)."
Explicação: A ideia de que a intencionalidade é uma "contaminação" de um universo originalmente "puro" apela ao senso comum ou à intuição, sem explicação lógica ou base científica para justificar essa incompatibilidade.
6. Falácia da ambiguidade (equívoco)
Definição: Usar uma palavra ou conceito com mais de um significado ao longo do argumento, sem esclarecer as diferenças.
Trecho relevante: "Minha linha de argumentação está partindo, mais uma vez, do ponto de vista da pureza do objetivo debatido (universo)..."
Explicação: O termo "pureza" é usado de forma vaga e sem definição clara, o que torna o argumento ambíguo. Não está claro o que se quer dizer com "pureza do universo" ou como isso se relaciona com intencionalidade e propósito.
7. Falácia da falsa analogia
Definição: Fazer uma comparação entre duas coisas que não são suficientemente semelhantes para sustentar o argumento.
Trecho relevante: "Imagine algo 100% puro. Ele pode se auto-contaminar? Esse algo 100% puro pode ser contaminado?"
Explicação: A analogia entre pureza e contaminação física (como em substâncias químicas) e intencionalidade no universo é inadequada. O conceito de "pureza" no contexto do universo não se aplica da mesma forma que em substâncias químicas ou biológicas.
8. Falácia do não sequitur
Definição: A conclusão não segue logicamente das premissas.
Trecho relevante: "Se o universo na sua origem não existiu nenhum propósito e nenhuma intenção, porque ele está contaminado com isso (que somos nós)."
Explicação: A conclusão de que um universo sem intenção não poderia gerar seres com intenção não decorre logicamente das premissas apresentadas.
Conclusão
O texto apresenta uma série de falácias, principalmente petição de princípio, espantalho, falsa analogia, e não sequitur, além de conceitos ambíguos que prejudicam a clareza do argumento. Para melhorar a argumentação, seria necessário definir termos com precisão e abordar questões científicas e filosóficas de maneira mais fundamentada.
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