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Foto do escritorJorge Guerra Pires

Movimento americano quer transformar mulheres em propriedade



A Bíblia e a Visão de Submissão: Passagens Históricas e Movimentos Contemporâneos

Nos Estados Unidos, um movimento recente tem ganhado destaque ao propagar a ideia de que "sexo é pecado" e que "mulher é propriedade". Essas afirmações retrógradas ressoam com um passado histórico em que a Bíblia foi usada para justificar práticas como a escravidão e a subordinação das mulheres.

A Bíblia e a Mulher: Passagens Controversas

Ao longo dos séculos, algumas passagens bíblicas foram interpretadas como reforçando a visão de que as mulheres eram propriedade dos homens. Veja algumas dessas passagens:

  1. Êxodo 20:17 (Antigo Testamento) – "Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo." Aqui, a mulher é listada junto com outros bens materiais, o que pode ser visto como uma visão de propriedade.

  2. Deuteronômio 22:28-29 (Antigo Testamento) – "Se um homem encontrar uma jovem virgem que não está prometida em casamento e a violentar, e eles forem descobertos, ele deverá pagar ao pai da jovem cinquenta peças de prata. Ele deve casar-se com a jovem, pois a desonrou. Ele nunca poderá se divorciar dela enquanto viver." Essa passagem implica que a mulher é tratada como propriedade do pai e depois do marido, sem controle sobre sua própria vida.

  3. Efésios 5:22-24 (Novo Testamento) – "Mulheres, sujeitem-se a seus maridos como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja." Esta passagem tem sido usada para justificar a submissão das mulheres aos homens, com a ideia de que a mulher deve se submeter ao marido da mesma forma que a igreja se submete a Cristo.

A Bíblia, a Escravidão e o Controle Sobre as Mulheres

Durante a abolição da escravidão nos Estados Unidos, defensores da escravidão utilizaram passagens bíblicas para argumentar que essa prática era sancionada por Deus. Isso reflete como certas interpretações da Bíblia podem ser manipuladas para justificar a opressão.

Da mesma forma, algumas interpretações das escrituras foram usadas para sustentar a ideia de que as mulheres são propriedade dos homens e devem ser submissas a eles. No entanto, essas interpretações têm sido amplamente contestadas e criticadas por estudiosos e teólogos modernos, que argumentam que tais visões distorcem os ensinamentos bíblicos, os quais, em essência, promovem igualdade e justiça.

Movimentos Contemporâneos: O Retorno de Ideias Retrógradas

Atualmente, movimentos como o "Red Pill", que ganhou força nas redes sociais, defendem visões misóginas e reacionárias. Esses grupos propõem que as mulheres devem ser submissas e que o sexo é algo pecaminoso. Apesar das ideias controversas, esses movimentos têm uma audiência considerável, o que reflete uma resistência a avanços em direitos de igualdade de gênero e sexualidade.

Reflexão

É essencial questionar e refletir sobre as interpretações tradicionais e contemporâneas da Bíblia, especialmente quando elas são usadas para justificar a opressão de qualquer grupo, seja baseado no gênero, na raça ou em qualquer outra característica. A verdadeira mensagem das escrituras, defendida por muitos estudiosos e teólogos, é de igualdade, respeito mútuo e justiça.

A luta contra a distorção dos ensinamentos bíblicos em nome da subordinação das mulheres ou de qualquer outro grupo continua sendo uma questão importante, tanto no contexto religioso quanto social.


 












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