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Foto do escritorJorge Guerra Pires

Sexo entre familiares na Bíblia: quando as filhas embriagam o pai para fazer sexo

Atualizado: 21 de nov. de 2024


A História das Filhas de Ló: Controvérsias e Reflexões sobre o Incesto na Bíblia


O livro de Gênesis apresenta uma série de narrativas complexas, muitas vezes polêmicas, que despertam interpretações variadas e questões éticas. Uma das histórias mais controversas envolve Ló, sobrinho de Abraão, e suas duas filhas, que em uma situação incomum e perturbadora, embriagam o pai para terem filhos com ele. Neste artigo, vamos explorar o contexto dessa narrativa, refletir sobre suas implicações morais e levantar alguns dos questionamentos que essa passagem desperta entre estudiosos e leitores da Bíblia.

O Contexto da História

A história se passa logo após a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, onde Ló e suas duas filhas são poupados e escapam para a cidade de Zoar. No entanto, por medo, eles acabam se refugiando em uma caverna nas montanhas. Nesse momento, as filhas de Ló enfrentam o medo de estarem isoladas e de não conseguirem perpetuar a linhagem de seu pai. Assim, cada uma delas, em noites consecutivas, embriaga Ló para ter relações com ele enquanto ele dorme, e ambas engravidam dessa união incestuosa. Seus filhos, Moabe e Ben-Ami, são descritos como os antepassados dos moabitas e dos amonitas, respectivamente, dois povos vizinhos e, ocasionalmente, rivais de Israel.

O Dilema Moral e as Justificativas

A justificativa apresentada pelas filhas de Ló é que "não havia outro homem na terra" para lhes dar descendência, o que, à primeira vista, sugere que elas acreditavam que a continuidade da linhagem dependia de uma medida desesperada. No entanto, a narrativa não está isenta de contradições. Zoar, uma cidade habitada e próxima da caverna, era uma alternativa possível para encontrar homens. Essa incongruência levanta questionamentos sobre a verdadeira motivação das filhas e se essa justificativa reflete um temor cultural da extinção familiar ou uma decisão baseada em algo mais complexo, como trauma ou desespero após os eventos catastróficos que presenciaram.

Interpretações e Controvérsias

Essa história foi interpretada de diferentes maneiras ao longo dos séculos:

  1. Contexto de Sobrevivência e Continuidade: Alguns estudiosos acreditam que a história reflete uma preocupação cultural com a preservação da linhagem e da herança familiar. Nesse contexto, as filhas agem por uma sensação de urgência para perpetuar a família. A justificativa, no entanto, é frágil, já que haviam outras opções.

  2. Desconforto Moral e Incongruência: Essa passagem é desconfortável para leitores modernos devido ao incesto e ao uso do álcool para tirar a consciência de Ló. Muitos veem a narrativa como uma crítica velada às práticas culturais antigas, que algumas vezes envolviam alianças familiares para proteger linhagens, e como um lembrete das falhas humanas presentes mesmo nas histórias sagradas.

  3. Possível Sátira ou Crítica dos Moabitas e Amonitas: Alguns estudiosos sugerem que essa história foi uma forma de os autores bíblicos explicarem ou criticarem as origens dos povos vizinhos, especialmente porque os moabitas e amonitas eram inimigos frequentes de Israel. Atribuir uma origem incestuosa a esses povos poderia ter sido uma forma de desacreditá-los culturalmente.

Questões Éticas e Reflexões Contemporâneas

Esse relato levanta várias questões éticas e de interpretação. Para muitos leitores modernos, a ideia de duas filhas embriagando o pai para conceber filhos é profundamente perturbadora. As questões que surgem são inúmeras:

  • Por que essa história está incluída na Bíblia? É possível que essa narrativa tenha sido preservada para mostrar as falhas, complexidades e imperfeições dos personagens bíblicos, destacando que até mesmo os "justos" têm seus momentos de fraqueza e desespero.

  • O papel das mulheres e a noção de consentimento: Em uma época em que a autonomia feminina era extremamente limitada, a história levanta questões sobre o desespero e a falta de alternativas das mulheres da época. No entanto, essa narrativa também abre o debate sobre o uso do consentimento, ou falta dele, em contextos patriarcais, onde decisões extremas poderiam ser uma expressão da impotência das mulheres.

  • A relação com povos estrangeiros: A ideia de que os moabitas e amonitas descendem de uma relação incestuosa entre pai e filhas também mostra como as narrativas bíblicas às vezes usavam estigmas para diferenciar os israelitas dos povos vizinhos, criando uma origem "polêmica" para esses inimigos históricos.

Conclusão: Entre o Mito e a Moralidade

A história das filhas de Ló é uma das mais enigmáticas e desconfortáveis da Bíblia, com implicações complexas tanto para a interpretação moral quanto para a compreensão dos valores antigos. É uma narrativa que, ao mesmo tempo em que pode ser vista como uma tentativa de preservar a linhagem em tempos de desespero, levanta profundas questões sobre as justificativas humanas e os valores projetados sobre o texto.

Para além do seu contexto histórico, essa história serve como um espelho para discutirmos como as culturas interpretam a moralidade e o comportamento de seus protagonistas. É um exemplo da complexidade humana dentro da Bíblia, oferecendo espaço para reflexão sobre o que é moralmente aceitável e até onde as justificativas culturais ou circunstanciais podem ser estendidas.

Assim, a história de Ló e suas filhas, por mais desconcertante que seja, continua a nos desafiar a olhar para o texto bíblico com uma mente crítica e aberta, reconhecendo as nuances e imperfeições das tradições antigas que ainda reverberam nas questões éticas de hoje.




 

O meme faz referência a algumas passagens controversas da Bíblia que envolvem situações como incesto ou outros comportamentos moralmente questionáveis. Abaixo, estão algumas passagens relacionadas ao que é mencionado:

  1. As filhas de Ló embriagando o pai (incesto):Gênesis 19:30-36: Após a destruição de Sodoma e Gomorra, as filhas de Ló, temendo não encontrar outros homens para gerar descendência, embriagam o pai e têm relações sexuais com ele, resultando em duas gravidezes.


  2. Casos de incesto ou relações proibidas na Bíblia:Gênesis 38: Judá, sem saber, tem relações com sua nora, Tamar, que estava disfarçada como uma prostituta.


    Levítico 18:6-18 e Levítico 20:11-21: Esses textos listam vários tipos de relações proibidas, incluindo incesto, que já eram condenadas na época.


  3. Irmãos tendo relações:


    Embora a Bíblia não relate explicitamente irmãos tendo relações sexuais como algo permitido ou promovido, ela menciona relacionamentos que podem ser considerados moralmente conflitantes. O Antigo Testamento, por exemplo, inclui várias histórias que mostram conflitos familiares relacionados ao sexo ou casamento.

A questão levantada pelo meme faz referência implícita ao início da humanidade segundo a narrativa bíblica, onde os primeiros humanos (Adão, Eva, e seus filhos) geraram descendência. Isso levanta a possibilidade de relações incestuosas, pois a Bíblia menciona apenas os filhos diretos de Adão e Eva como os primeiros habitantes do mundo.

Referência Bíblica
  • Gênesis 4:1-2: Adão e Eva tiveram dois filhos inicialmente, Caim e Abel. Mais tarde, Caim matou Abel.

  • Gênesis 4:17: Menciona que Caim teve uma esposa e construiu uma cidade, mas não especifica de onde ela veio. Presume-se que, pela narrativa, essa esposa seria sua irmã ou parente próxima, pois todos os humanos, segundo a Bíblia, descenderiam de Adão e Eva.

  • Gênesis 5:4: Diz que Adão teve "outros filhos e filhas", mas sem detalhes ou nomes.

Questão do Incesto no Início

Para a humanidade crescer de um casal original (Adão e Eva), seria necessário que seus filhos e filhas tivessem relações entre si ou com seus próprios pais, segundo a lógica da narrativa. Isso inclui:

  1. Caim provavelmente se casando com uma irmã (ou sobrinhas, caso houvesse mais gerações).

  2. Multiplicação inicial da humanidade necessariamente envolvendo incesto, que mais tarde seria proibido em textos como Levítico 18:6-18.

Por que não era um "problema" no contexto bíblico inicial?

Defensores religiosos frequentemente argumentam que, no início, o gene humano era "puro" e que não havia os problemas genéticos relacionados ao incesto, que hoje conhecemos pela ciência. Esse argumento, no entanto, não é apoiado por evidências científicas e é puramente especulativo.





 












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