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Foto do escritorJorge Guerra Pires

O que explica o alto índice de fake news entre evangélicos


"mentiroso e pai da mentira [o diabo]" João 8:44

Recentemente, chegou até mim esse print. Como de costume, eu confirmo as informações, ver nosso ebook "Desinformação, infodemia, discurso de ódio, e fake news" para aprender como eu faço usando o chatGPT. A informação é verdadeira.


Isso me levou a questionar, algo que já vinha questionando, o papel dos evangélicos nos disparos de fake news, muitas, contra o Lula e PT. Não é difícil ver lideranças evangélicas online atacando pessoas que criticam Bolsonaro, que defendem a democracia, que defendem a comunidade LGBTQI+, como a Vera Magalhães que foi difamada pelo pastor Malafaia, e terá de pagar uma multa, com fake news. O ministro Alexandre de Moraes sempre é alvo desses pastores.


Seria a baixa escolaridade dos evangélicos ou a religião deles que leva ao espalhamento de fake news?

Primeiro, preciso explicar um assunto de cientistas, mas simples de entender.


Correlação é quando dois eventos estão ligados, mas não sabemos ou não nos interessamos pelas causas. Causalidade é quando sabemos dos detalhes. Causalidade gera correlação, mas nem sempre correlação tem causalidade.


Agora traduzindo para nossa discussão, podemos quebra em duas hipóteses.


Hipótese 1: a baixa escolaridade gera os disparos de fake news

É fato de que baixa escolaridade gera maior vulnerabilidade à fakes news: +80% dos evangélicos possuem apenas ensino médio, vamos lembrar que nosso ensino médio é precário, gerando os analfabetos funcionais e não temos ensino em como usar a internet, como usar as redes. Contudo, vamos lembrar que números parecidos existem entre os católicos, que não têm desempenhado similar papel na disseminação de fake news.



Hipótese 2: a forma como o evangelho é ensinado no Brasil favorece as fake news


O evangelho brasileiro vem dos Estados Unidos: Evangelho da Prosperidade. Essa forma de evangelho é mais "agressiva". Como exemplo da distância do catolicismo, recentemente o papa pediu paz na faixa de Gaza no Twitter, e foi acredito por eleitos do Bolsonaro, geralmente, evangélicos; raramente lideranças evangélicas falam de paz em conflitos, muitos apoiam Israel incondicionalmente. Eu também fui atacado ao postar um vídeo em defesa da palestina no Instagram. Teve outros casos, como um bispo. Geralmente, essas pessoas se declaram pessoas de Deus, muitos patriotas, muitos se declaram evangélicos.





Conclusão


Acredito que seja uma somatória de fatores. No Brasil, o evangelho conseguiu entrar em comunidades pobres, algo que o catolicismo falhou, ou seja, já eram de baixa escolaridade antes de aderirem ao evangelho, e chances são baixíssimas de que vão sair desta armadilha da baixa escolaridade + religião. Outro ponto, a forma como pastores pregam, inclusive com política dentro das igrejas, facilita o espalhamento de fake news. Tendemos a confiar mais nas pessoas do que em fatos. Se alguém conquista sua confiança, essa pessoa passar a ser creditada, mesmo quando mente. Vamos também lembrar que muitos pastores também possuem baixa escolaridade. No caso que abriu esse artigo, das vacinas, vamos lembrar que quem mais espalhou mentiras sobre vacinas foi o Bolsonaro. Você pode sempre argumentar que o mundo online, onde acompanha essas discussões principalmente, é diferente do mundo físico. Eu vejo o mundo online como vitrine e amplificador do mundo real.




 

Glossário

Correlação vs. causalidade

Quando observamos dois eventos que acontecem juntos, podemos dizer que eles têm uma correlação. Por exemplo, se sempre que chove, as vendas de guarda-chuvas aumentam, há uma correlação entre chuva e vendas de guarda-chuvas. Mas isso não significa que um evento causa o outro. Pode haver outras variáveis envolvidas, como a estação do ano, a oferta e a demanda, etc. Para afirmar que há uma causalidade, precisamos conhecer os mecanismos que explicam a relação entre os eventos. Por exemplo, se sabemos que a chuva molha as pessoas e que as pessoas preferem ficar secas, podemos dizer que há uma causalidade entre chuva e vendas de guarda-chuvas. A causalidade implica em correlação, mas a correlação nem sempre implica em causalidade.


 

Pesquisas feitas


Budistas atacam outras religiões devido ao discurso de ódio


Sim, você está correto. Em Mianmar, houve casos em que certos líderes budistas usaram discursos de ódio contra outras religiões. Uma figura proeminente é o monge budista Ashin Wirathu, conhecido por sua retórica nacionalista e anti-muçulmana. Ele foi acusado de incitar violência contra muçulmanos, particularmente os Rohingya.


Pastor Tio Sam: em nome de Jesus, empresta-me sua carteira

Sim, você está correto. A **Teologia da Prosperidade**, também conhecida como o **Evangelho da Prosperidade**, é de fato uma doutrina popular em muitas igrejas evangélicas no Brasil. Esta doutrina se originou nos Estados Unidos e desde então se espalhou para várias partes do mundo, incluindo o Brasil.


O Evangelho da Prosperidade ensina que a bênção financeira é a vontade de Deus para os cristãos, e que a fé, o discurso positivo e as doações para os ministérios cristãos sempre aumentarão a riqueza material de um crente. É baseado em interpretações não tradicionais da Bíblia, muitas vezes com foco em versículos que falam de bênçãos materiais.




Escolaridade e fake news



A relação entre escolaridade e vulnerabilidade a fake news é complexa e não pode ser reduzida a uma correlação direta. Embora algumas pesquisas sugiram que a escolaridade pode influenciar a capacidade de uma pessoa para discernir notícias falsas, outros fatores também são importantes. Por exemplo, uma pesquisa da Universidade de Stanford apontou que até estudantes americanos, que estão em um país com altos índices de escolaridade, tiveram problemas para verificar a credibilidade das informações divulgadas na internet1. Além disso, um estudo da Faculdade de Educação da USP indicou que o discurso persuasivo, a renda familiar e a escolaridade são elementos que influenciam na credibilidade das falsas notícias científicas2. Portanto, embora a escolaridade possa desempenhar um papel, ela é apenas um dos muitos fatores que podem influenciar a vulnerabilidade de uma pessoa às fake news. É importante lembrar que o desenvolvimento do senso crítico e dos letramentos informacional e midiático são essenciais para combater as fake news32. Isso envolve a capacidade de avaliar criticamente as informações, entender como elas são produzidas e compartilhadas e reconhecer as estratégias retóricas usadas para persuadir os leitores. Essas habilidades podem ser desenvolvidas através da educação e não estão necessariamente ligadas ao nível de escolaridade formal de uma pessoa32.

Fake news é coisa do diabo: os ensinamentos da bíblia sobre a verdade


A Bíblia, de fato, coloca uma grande ênfase na verdade. No livro de João 8:44, é dito que o diabo é "mentiroso e pai da mentira". Isso pode ser interpretado como uma condenação clara de todas as formas de desonestidade, incluindo a disseminação de notícias falsas ou "fake news".


Além disso, em Efésios 4:25, os cristãos são instruídos a "cada um de vós fale a verdade com o seu próximo", o que reforça a importância da honestidade nas interações diárias.


Portanto, pode-se argumentar que a disseminação de notícias falsas é incompatível com os ensinamentos cristãos. No entanto, é importante lembrar que todos somos humanos e propensos a erros. Portanto, é sempre bom verificar as informações antes de compartilhá-las e se esforçar para buscar a verdade em todas as situações. Isso é consistente com os ensinamentos cristãos de honestidade e integridade.


Lembre-se sempre de que a verdade liberta (João 8:32).


Espalhamento de fake news sobre vacinas


Pesquisas recentes indicam que pessoas entre 35 e 44 anos de idade, com educação inferior ao ensino médio, das classes D ou E, independente de sexo, e que frequentam igrejas evangélicas, são as que mais compartilham notícias falsas sobre vacinas no Brasil¹². Este perfil foi delineado pelo estudo "A Comunicação no Enfrentamento da Pandemia de Covid-19", realizado em agosto, no Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília (CPS/UnB), que ouviu 1.845 pessoas com acesso à internet¹².


Os pesquisadores observaram que as pessoas que mais espalhariam desinformação são as que têm nas mídias digitais a principal fonte de informação. São usuários mais frequentes de plataformas como Telegram e Tik Tok que têm maior tendência de compartilhar notícias falsas sobre as vacinas¹.


No entanto, é importante ressaltar que ter essas características não significa automaticamente que essas pessoas compartilham notícias falsas. Mas sim, que pessoas que compartilham esse tipo de desinformação sobre vacinas costumam ter essas características¹².


Origem: conversa com o Bing, 28/10/2023

(1) Pesquisa revela que evangélicos são os principais divulgadores de fake .... https://cartacampinas.com.br/2023/10/pesquisa-revela-que-evangelicos-sao-os-principais-divulgadores-de-fake-news-sobre-vacina/.

(2) Evangélicos estão entre os que mais compartilham fake News sobre vacinas. https://amazonasatual.com.br/evangelicos-estao-entre-os-que-mais-compartilham-fake-news-sobre-vacinas/.

(3) Por que os evangélicos resistem à vacina contra a Covid-19?. https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/por-que-os-evangelicos-resistem-a-vacina-contra-a-covid-19/.



Comparando escolaridade com catolicismo


Claro, posso fazer essa comparação. De acordo com os dados do Datafolha publicados em 2020, a distribuição de escolaridade entre os cristãos no Brasil é a seguinte:


- **Católicos**:

- Ensino Fundamental: 38%¹

- Ensino Médio: 42%¹

- Ensino Superior: 20%¹


- **Evangélicos**:

- Ensino Fundamental: 35%¹

- Ensino Médio: 49%¹

- Ensino Superior: 15%¹


Esses dados indicam que a distribuição de escolaridade entre católicos e evangélicos no Brasil é bastante semelhante. No entanto, é importante lembrar que esses números são médias e podem variar consideravelmente entre diferentes comunidades e regiões.


Origem: conversa com o Bing, 30/10/2023

(1) 50% dos brasileiros são católicos, 31%, evangélicos e 10% não ... - G1. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/13/50percent-dos-brasileiros-sao-catolicos-31percent-evangelicos-e-10percent-nao-tem-religiao-diz-datafolha.ghtml.

(2) O IBGE e a religião — Cristãos são 86,8% do Brasil ... - VEJA. https://veja.abril.com.br/coluna/reinaldo/o-ibge-e-a-religiao-cristaos-sao-86-8-do-brasil-catolicos-caem-para-64-6-evangelicos-ja-sao-22-2/.

(3) AS ESCOLAS CONFESSIONAIS CRISTÃS E A EDUCAÇÃO NO BRASIL - IJELS. https://ijels.com/upload_document/issue_files/18%20IJELS-JUN-2017-11-Confessional%20christian%20schools.pdf.

(4) A EDUCAÇÃO JESUÍTICA NO BRASIL E O SEU LEGADO PARA A EDUCAÇÃO DA ATUALIDADE. https://pegasus.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/grifos/article/view/2540/1764.

(5) Educação no Brasil: história, situação atual, dados estatísticos. https://www.todamateria.com.br/educacao-no-brasil/.

(6) Igreja Católica no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica_no_Brasil.

(7) ANEC - Associação Nacional de Educação Católica do Brasil. https://anec.org.br/.

(8) Educação Católica - CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. https://www.cnbb.org.br/educacao-catolica-2/.



 

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