A psicologia trabalha com padrões, desses padrões se forma diagnósticos. Não vou entrar no mérito dessa forma de pensar, nas limitações dos diagnósticos psiquiátricos. Vou apenas pegar emprestado essa forma de pensar, que não é nova para as ciências.
O que podemos ver de comum entre eleitores do Bolsonaro, os radicais conhecidos como Bolsomínions.
Não existe um número oficial, nem temos como estimar, mas alguns estimam esse número de 20-10% os bolsominions, que seria a parte radicalizada do grupo. Acredito que o restante, em torno de 30%, seriam os que chamo de “perdidos”: nunca se interessaram por política, mas se viram em uma briga de braço entre os dois lados: Petismo vs. anti-petismo. Alguns dados mostram que o interesse por política disparou nessas eleições. O triste é que esse disparo não veio com interesse intelectual. Ficou no fla flu. Os bolsominions foram chutados por torcedores de futebol, para se ter uma suave ideia de como se tornaram chatos. Nem mesmo torcedores de futebol conseguem suportar esse pessoal.
Política ultrapassou o extremismo dos times de futebol: a diferença é que ganha ou perde, o Brasil continua, isso não ocorre em política. Existem consequências sérias para o radicalismo político e fundamentalismo religioso no Brasil.
Como muitos defendem, e ficou claro logo no início, em um conjunto de artigos do Yahoo News: o Bolsonarismo não é um movimento como o petismo. O petismo queria ajudar pobres, uma classe que sofria, tinha um projeto de país, você pode descordar, mas havia um projeto. Uma das pautas do governo petista: fome zero. Outra pauta: Brasil, a pátria que educa. Pode até criticar a eficiência, mas isso é algo interessante de buscar. No caso do Bolsonarismo, isso não existe. Somente o ódio, ódio ao PT. No início, um conjunto de manifestações tinham de tudo, inclusive pessoas do movimento Ucraniano de libertação da Ucrânia. Esse "ismo" é somente um efeito de linguagem: não existe um movimento orgânico, mas sim um grupo de pessoas nervosas, que odeiam o PT, e Lula. Seitas pelo ódio, pela raiva. Nada mais. Como cachorros correndo atrás de carros, não possuem nenhuma ideia do que fazer, e não souberam quando subiram para o poder. Os ministérios foram desmembrados.
Não acredito que todos os sintomas vão aparecer na mesma pessoa, o mais comum, na minha opinião, é: i) perda do senso de humor; ii) irritação com críticas ao governo. Logo no início do governo, uma onda de agressão de humoristas foi comum. Um outro sintoma mais sútil, que pode ser necessário mais atenção para perceber: iii) repetição de narrativas do Boslonaro e turma. Essa repetição chega a ser uma caixa de ressonância. Durante esses protestos, ocorreu uma onda de agressão a estudantes e mulheres. Houve um caso de ataque a uma escola supostamente "petista".
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