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Foto do escritorJorge Guerra Pires

Seria o bolsonarismo efeito colateral da falha da elite intelectual brasileira?

Atualizado: 20 de mar. de 2023






Bolsonaro ficou no poder mais de trinta anos como deputado meia-boca, contudo, documentários apontam seus movimentos rumo ao poder em 2015, ficando famoso ao ataque, que agora é marca do bolsonarismo, de natureza moral e palavrões, à Dilma durante o processo de impeachment; esse movimento é marcado pela tentativa de destruir a pessoa, moralmente, e fisicamente. Não acho que isso seria o suficiente para Bolsonaro subir ao poder, e criar um dos movimentos talvez mais sangrentos do Brasil; talvez perca para quem ele admira, os militares. Talvez!


Eu acredito que nós intelectuais também jogamos nossa moeda na desgraça que assola nosso amigo gigante. Como disse Leandro Sakamoto "Bolsonaro é campeão olímpico de arremessar culpa a distância", não pratiquemos o mesmo esporte!


Durante muito tempo, a elite financeira era a elite intelectual: era a mesma elite, fechada, onde o catalizador era o dinheiro, o poder financeiro. Uma vez, no fantástico, isso foi falado, era novo na época: a elite passava herança com estudo, dos seus filhos; ainda dentro da medicina, como exemplo, e ainda forte nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, modelo usado por bolsonaristas como nação exemplo, e se chamam patriotas, conhecimento gerou o que chamam de armadilha da meritocracia; pessoas arriscam prisão para ilegalmente colocarem seus filhos na Harvard, como exemplo. Basicamente, os americanos investem nos mais ricos, e não nos pobres: uso gera um ciclo de ressentimento, que gerou a eleição de Trump, como alguns defendem. Segundo palestra de Daniel Markovits: a solução dos americanos é investir em pobres. Nos já fizemos isso há anos, e vamos voltar a fazer! Não vamos regredir.


Houve um descolamento das elites, tornando-se duas elites: uma financeira e outra intelectual; esse conflito de placas tectônicas pode ter gerado parte da energia negativa que alimenta a fornalha do ódio bolsonarista; infelizmente, como destaca Jessé Souza, nossa elite financeira não se atualizou. Eu me considero, depois do doutoramento no exterior, com dinheiro público, uma das elites do conhecimento, mas não sou rico; as várias histórias de doutores desempregados seriam uma outra forma de ver isso. Esse descolamento parece ter gerado raiva, que aparece em discursos que se ouve no Twitter. Até mesmo ouvi de pessoas que conheço, e sempre foram bem financeiramente. O ódio do Lula é direcionado, o resto é manipulação da massa por essas pessoas. Infelizmente, pobre é facilmente manipulados, e se tornam músculo para uma elite burra, com pensamentos predatórios, colonialistas. O livro "Desafios Brasileiros Na Era Dos Gigantes" já traz isso bem antes do Bolsonarismo: uma classe média incapaz de aceitar perder para o todo.


Apesar dos exageros de políticos, Lula tem razão quando levanta a bandeira de que a madame se incomodou do filho da empregada estudar. Eu era jardineiro, e conheço pessoas que em um Brasil antigo nunca teriam entrado na universidade. Também, já usei o discurso elitista e estúpido de que esforço é suficiente, sim, estupidez tem cura, ver livro

"Por que pessoas inteligentes podem ser tão estúpidas"; contrário do senso comum, estupidez não é estática. Sinto-me bem em saber que consigo mudar de opinião, que já pensei como um babaca, e dados mudaram minha opinião! 😂





Alguns argumentam, ver Daniel Markovits, esse discurso serve de lavagem de dinheiro e validação da desgraça do pobre. Geralmente, essas pessoas, "a elite do trator", como gosto de chamar, usam narrativas sem embasamento científico, sem estudos neutros. São formas de validar privilégios; como a tese furada da meritocracia, uma farsa.


Acho que falhamos quando não entramos em contato com a sociedade por inciativa, foi necessário um governo criar cotas, e sentar o pé nas portas das universidades: "pobre passado, abram caminho". Eu mesmo critiquei muito o distanciamento das universidades da sociedade, quando estudante de graduação em uma federal; isso também gerou raiva na sociedade; eu nunca usei camisa da universidade, em respeito a essas pessoas. As universidades estão deixando de ser da elite financeira, e eles começaram a boicotar, tentando manter o sistema antigo; lembre-se dos discursos de pessoas dentro do governo, inclusive um dos ministros da educação. Já ouvi discurso de amigos, que claramente ataca o pobre nas universidades, que nega as politicas de afirmação como necessário. Tudo isso, sem estatística, sem dados, com narrativas já batidas.






Eu tinha uma teoria, que confesso falhou: uma vez que pobres sentissem o gostinho do conhecimento, não iriam permitir o regresso. Mas, como dizia Paulo Freire:



Infelizmente, não foi libertador.


"Para Dunker, uma parcela significativa dos bolsonaristas se sente traída pelo PT. Embora tenha conseguido ascensão social, devido principalmente ao acesso às universidades, a classe trabalhadora esperava viver em melhores condições" Fonte

Seriam realmente um problema do PT?

Para os ricos sim! mas para os pobres que subiram?! isso seria a educação falhando no caráter da pessoa, não sendo libertadora como deveria ser.


Nós que pertencemos a uma nova elite, que não é mais financeira, precisamos lutar pelos que estão por vir, e segurar o muro da resistência, precisamos garantir que nunca mais vamos voltar ao coronelismo, mesmo que trajado a rigor. Não podemos deixar o Brasil regredir, e fechar as portas da emancipação social.

 

Atualizações


Parece que essa fala do Pondé reforma a visão deste artigo





 


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